O Zine Iso Lamento é uma breve coletânea de textos e colagens de minha autoria. Esse material é fruto das insônias e ansiedades quarentenísticas e da dor de mundo que parece ter se inflamado em nosso peito. Carlos, meu grande amigo e poeta, nunca me pareceu um interlocutor tão apropriado como hoje e minha avó… Continuar lendo Zine – Iso Lamento (Download)
Categoria: poemas
Uma palavra sobre a palavra
Quando eu desaprendi a palavra, experimentei - acho que pela primeira vez - ficar em silêncio. . E no silêncio, eu me achei tão feia e pequena... . E no silêncio, me abandonei um pouco e esperei por salvação que nunca veio. Também no silêncio eu me encarei mais de perto e atinei minhas veias,… Continuar lendo Uma palavra sobre a palavra
Macarronada de domingo
Eu só queria escrever um daqueles textos viscerais, que nascem do chorume do nosso peito. Mas tá tudo limpo, no lugar. Se tá tudo limpo, por que é que eu sinto essa comoção, essa quentura agoniante, feito uma macarronada de domingo que não cai bem? Vai ver todo mundo tem uma gastrite que dói num lugar… Continuar lendo Macarronada de domingo
Um eu, lírico, para Sylvia Plath
Solta o gás Sente a paz Respira Res Pira Fecha os olhos pra encontrar finalmente qualquer forma abstrata de vazio que se desenhou na sua cabeça de mulher sempre tão bombardeada de mundo, tons pastéis filhos bons modos pernas fechadas deveres e vergonhas. Você quer se casar com isso? Não temos garantias.… Continuar lendo Um eu, lírico, para Sylvia Plath
22 pratos empilhados em cima da pia
12:36. Algo desatina em mim, um desencontro com o mundo, quebro todos. 22 pratos empilhados em cima da pia. 12:40. Um por um. Água e sabão. Eu sempre me pergunto quando é que a gente começa a ser sozinho nesse mundo, é uma coisa que já nasce com gente, não é? A solidão. Meia dúzia… Continuar lendo 22 pratos empilhados em cima da pia
Encomenda 22081995
Recém saída do plástico bolha Do manual, li uma ou outra folha Tudo milimetricamente proporcional. Esculpida em silicone, a mulher conceitual! Desprovida de desnecessária voz, discreta na rua, sexy a sós. Palavras decoradas acionam os movimentos certos: Chupe, Lamba! Mas na rua, olhos abertos. Meu doce e útil objeto feliz, você é tudo o que… Continuar lendo Encomenda 22081995
Céu caos concreto
Desprezamos a nudez solícita do céu para que luzes artificiais nos seduzam. Caos de concreto. De um lado para o outro, seguindo o fluxo, incapazes de seguir qualquer coisa interior. Com fé em Deus, todos os dias. Um café, quatro horas, um lanche, quatro horas, trânsito. O apartamento vazio, contaminado pela passagem das horas que… Continuar lendo Céu caos concreto
Ouça o poeta
o negócio é lavar o rosto nas águas sagradas da pia. Já é quase agosto e a felicidade me espia chega, perto, flerta, sorri até me esqueço daqui. Tem vez que pesa demais, não é não? corpo atrás de corpo estendido nesse chão. E nos fones os mesmos poetas ilustrando os nossos dias. Mas é… Continuar lendo Ouça o poeta